Toda empresa lida com uma série de desafios diários, como repensar os seus produtos ou solucionar graves crises. Caso essas tarefas não sejam bem feitas, a empresa pode ser muito prejudicada. Para tanto, é preciso contar com profissionais talentosos e uma equipe eficaz.
Como já discutimos o recrutamento e seleção de talentos, hoje vamos focar na construção de uma equipe altamente eficaz. Você precisa saber como essa equipe funciona, quais seus atributos fundamentais e qual é o papel do líder imediato para desenvolvê-los com acerto.
Para te ajudar, nos tópicos seguintes, explicamos esses pontos detalhadamente. Ao término deste artigo, você terá uma noção mais profunda do assunto. Portanto, continue com sua leitura.
O que é uma equipe altamente eficaz?
Se algumas equipes são eficazes, outras não são — e isso é lógico. A questão-chave é: como saber quando uma equipe é (ou não) eficaz? A resposta é simples: veja seus resultados.
O termo “eficaz” está relacionado a resultados certeiros, que contribuem para a otimização da empresa e do próprio time. Logo, quando se diz que uma equipe é eficaz, é o mesmo que dizer que ela é certeira e conquista (ou até supera) os resultados inicialmente desejados.
Equipes maduras e bem ajustadas costumam ser eficazes. Seus membros se comunicam bem, conhecem seus limites e têm habilidades complementares.
Por outro lado, equipes de baixo desempenho, que se parecem com simples grupos de trabalho, são pouco ou nada eficazes. Essas equipes atuam com pouco alinhamento, o que abre espaço para eventuais erros e conflitos, culminando em ineficácia operacional.
Para ficar mais claro, pense da seguinte forma: se você dá uma ideia ruim a uma equipe eficaz, eles vão consertá-la ou surgir com algo melhor. Todavia, se é dada uma boa ideia a uma equipe ineficaz, eles irão estragar tudo. Perceba, então, que a diferença é significativa.
Como é que uma equipe altamente eficaz funciona?
Para explicar o funcionamento de equipes ineficazes — e suas contrapartes não tão certeiras, vamos usar a parábola de um jogo de futebol. Certo? Se você já foi a um estádio ou já viu um jogo pela TV, então conseguirá entender perfeitamente a diferença.
Imagine um time de futebol. São vários jogadores, porém, cada um com funções bem delimitadas, habilidades complementares e boa comunicação. Eles sabem o que precisa ser feito — o gol, em especial — e todos se dedicam fervorosamente a esse objetivo.
Em equipes eficazes acontece o mesmo. Todos sabem o que precisa ser feito — a meta de vendas, produtividade ou redução de custos, por exemplo. Então, se dedicam com afinco ao trabalho diário, se comunicam com clareza com seus colegas e entregam bons resultados.
Esse modus operandi que conecta empenho, trabalho em conjunto e foco no resultado é característico de ótimas equipes. Isso gera inúmeros benefícios para a empresa.
Equipes ineficazes, por sua vez, funcionam mais parecidamente com o grupo de torcedores que está no estádio assistindo o jogo. Eles podem até contar com um propósito único — ver o jogo de futebol —, mas dificilmente são alinhados ou comprometidos mutuamente.
Quais as principais vantagens de uma equipe eficaz?
Existem muitas vantagens, tanto para a organização quanto para os seus profissionais. É possível citar o aumento (e melhoria) das entregas diárias e a maior agilidade nos processos como bons exemplos. Nos tópicos seguintes, explicamos esses e outros benefícios.
Aumento da produtividade diária
A produtividade refere-se ao número de entregas diárias, em outras palavras, a quando o time de profissionais consegue entregar com os recursos que estão disponíveis.
Felizmente, por conta da eficácia, algumas equipes são mais produtivas que a média. Elas gastam menos tempo, energia e dinheiro para realizar suas tarefas. Com o mesmo conjunto de recursos, elas conseguem solucionar mais problemas que suas contrapartes ineficazes.
Isso é vantajoso para a empresa, que pode se destacar no mercado e fazer mais com menos. Também é vantajoso para os membros do time, que podem se destacar, obter vantagens financeiras (caso exista alguma política de comissionamento) e até receber uma promoção.
Redução de erros, acidentes e falhas
Erros, acidentes e falhas são grandes problemas. Comprometem o resultado financeiro da empresa e (o que é pior) a saúde e o bem-estar dos colaboradores. Muitos desses resultados negativos, no entanto, resultam da própria ineficácia das equipes de trabalho.
Sendo assim, equipes altamente eficazes garantem uma maior medida de acerto diário, bem como a redução de falhas operacionais e acidentes de trabalho.
Isso tem inúmeros efeitos positivos secundários. Se os profissionais erram menos, por exemplo, os clientes finais ficam mais satisfeitos e leais à marca. Se o número de acidentes é reduzido, as experiências dolorosas serão menores e o risco de vida também.
Redução de custos não estratégicos
É inevitável que uma empresa tenha custos, afinal, precisa pagar seus fornecedores e o próprio salário dos empregados. O problema é que existem custos que não são estratégicos e não beneficiam em nada a empresa — então precisam ser eliminados.
Perder dinheiro pela baixa produtividade, pagar multas decorrentes de acidentes de trabalho ou deixar que os clientes partam para a concorrência por causa da insatisfação com o atendimento são bons exemplos. Tudo isso custa caro.
Assim, equipes eficazes são mais econômicas e geram vantagem financeira para a empresa. Elas eliminam custos provenientes da imprecisão ou falha operacional.
Geração de vantagem competitiva
Em mercados competitivos, as empresas precisam provar que são melhores que seus rivais e entregar resultados superiores ao seu público-alvo. Se conseguem fazer isso, significa que têm uma vantagem competitiva; então tornam-se mais atraentes aos investidores.
Entretanto, boa parte dos recursos que oferecem alguma vantagem competitiva — como tecnologia ou prestígio da marca — podem ser copiados com algum esforço pelos rivais. No entanto, um recurso bastante difícil de copiar é “gente eficaz”.
Tendo isso em vista, a construção de uma equipe altamente eficaz confere uma vantagem competitiva sustentável à empresa, permitindo-a superar seus demais competidores.
Afinal, quais os 4 atributos de uma equipe altamente eficaz?
Até aqui, você pôde entender o conceito de equipe altamente eficaz e quais seus benefícios. Neste tópico, então, vamos explicar os principais atributos e como eles podem ser desenvolvidos dentro da sua empresa. Assim, poderá obter resultados grandiosos. Confira com atenção.
1. Comunicação interpessoal de qualidade
Um dos atributos mais comuns é a boa comunicação interpessoal. Equipes eficazes costumam ter uma comunicação fluida, especialmente entre seus membros, e é isso que permite que os processos diários sejam tão bem conduzidos.
Para ficar claro, a comunicação interpessoal refere-se a toda troca de mensagens entre os membros da equipe, que pode ser feita de maneira oral ou não. O importante é que essas mensagens corram de maneira fluida e passem do emissor até o receptor com acerto.
A ausência de uma boa comunicação implica em uma série de efeitos negativos, como o aumento do número de erros, conflitos interpessoais e desalinhamento nas tarefas diárias. Isso, inevitavelmente, conduz o time de funcionários à ineficiência diária.
Portanto, é sempre interessante focar na melhoria da comunicação entre os membros da equipe. Isso depende de três principais coisas, que são:
- a redução do número de ruídos, isto é, poluições que afetam a comunicação;
- a adoção de novos canais de diálogo, como aplicativos mobile ou murais de recados;
- o maior comprometimento do próprio líder imediato da equipe.
Se conseguir eliminar ruídos que afetam a comunicação e adotar novos canais de diálogo, além de manter o líder imediato comprometido, é inevitável que a comunicação melhore. Ou seja, poderá desenvolver o primeiro atributo da sua equipe eficaz.
2. Trabalho colaborativo
Tenha sempre em mente: equipes eficazes não são como torcedores, são como times de futebol. Isso significa que seus membros precisam colaborar mutuamente para atingir os resultados que desejam, do contrário, podem falhar vergonhosamente.
Pense no trabalho colaborativo como um desafio que é abraçado pelo time. Não é só um membro ou outro que “compra” o que deve ser feito, é toda a equipe. Depois, seus membros atuam em parceria, usando suas habilidades singulares, para obter ótimos resultados.
Na ausência do trabalho colaborativo, cada profissional tende a fazer o que precisa ser feito, só que do seu jeito. Isso demanda mais tempo para resolver os problemas, além de refações para trabalhos que foram mal feitos. Ou seja, a empresa terá que investir mais recursos.
Felizmente, algumas táticas ajudam a desenvolver um espírito colaborativo nos talentos, fazendo-os se sentir parte de um verdadeiro time. Bons exemplos são:
- adoção de táticas de team building, que envolvem dinâmicas e jogos interpessoais;
- gamificação das tarefas diárias, tornando-as mais lúdicas e divertidas para o time;
- definição de metas (e premiações) para o time como um todo.
Quando os profissionais colaboram e entendem que todos podem ser beneficiados (não só um ou outro), é natural que o trabalho flua mais naturalmente, que o número de conflitos seja menor e até problemas mais graves, como acidentes ou sabotagens, deixem de existir.
3. Estratégias bem definidas
Não adianta se comunicar bem e colaborar mutuamente se os profissionais não sabem o que deve ser feito e como. Por causa disso, o terceiro atributo das equipes eficazes é a visão da estratégia (isto é, do conjunto de ações) que permite chegar ao resultado desejado.
Estratégia é um termo bastante amplo e há uma série de definições na literatura. Aqui, é importante entender a estratégia como uma descrição clara do que precisa ser feito e como. Ou seja, é uma espécie de “mapa do tesouro” que direciona os esforços da equipe.
Então, quando uma equipe conta com uma estratégia, ela sabe exatamente o que precisa ser alcançado, quais recursos podem/devem ser alocados para isso e o quão distante está do seu objetivo — e se precisa ou não concentrar mais esforços. Isso resulta em eficiência.
Se a equipe não conta com um “mapa do tesouro”, ela não sabe muito bem o que fazer, talvez nem mesmo aonde deve chegar. Para evitar esse problema, é importante:
- definir os objetivos claros, fragmentando-os em metas menores e mais fáceis;
- criar um plano de ação que explique o que dever ser feito, como e quando;
- estabelecer indicadores (KPIs) que determinem a distância do objetivo proposto.
Quando a equipe conta com uma boa estratégia, tem mais facilidade de coordenar esforços e alcançar os resultados inicialmente desejados — talvez até superá-los. Isso não é bom só para o time; é importante para toda a organização, que pode superar seus limites.
4. Relações interpessoais positivas
Há, por fim, que se falar das relações interpessoais. Equipes eficazes nutrem relações interpessoais mais positivas, pois entendem que o trabalho é colaborativo e todos, juntos, vão chegar até o objetivo inicialmente proposto.
Para ficar mais claro, pense nas relações interpessoais positivas como a harmonia que impera dentro da equipe. Quando os talentos atuam de forma harmoniosa, com poucos ou nenhum conflito, a probabilidade de sucesso é muito superior.
Infelizmente, nem toda equipe atua dessa maneira. Algumas relações interpessoais são tóxicas e mais atrapalham do que beneficiam a noção de time. E mais, afetam o clima da organização e a percepção de bem-estar no trabalho.
Algumas táticas podem ajudar a melhorar as relações interpessoais, que são:
- treinamentos com ênfase em inteligência emocional;
- seleção de profissionais alinhados à cultura da empresa e equipe (fit cultural);
- adoção de políticas voltadas para o bem-estar no trabalho.
Todavia, é importante frisar que a preocupação com as relações interpessoais é contínua. Conflitos oriundos de pequenos problemas interpessoais ou intergrupais podem prejudicar a harmonia e, portanto, a eficácia do time. Em vista disso, é preciso estar sempre atento.
Qual o papel do líder no desenvolvimento?
Como pode observar até aqui, equipes altamente eficazes promovem uma série de vantagens à empresa e é possível desenvolvê-las considerando quatro atributos-chave — a comunicação diária, a colaboração, a estratégia e as relações interpessoais.
Nesse processo, o líder não é um mero coadjuvante. É o protagonista do desenvolvimento da sua equipe de trabalho. Ele precisa garantir que seus profissionais, como um verdadeiro time, compartilhem desses atributos.
Para tanto, antes de qualquer outra coisa, o líder deve se comprometer pessoalmente com esses atributos. Se o líder não é estratégico, comunicativo, harmonioso e sociável, não pode esperar que seus subordinados sejam. O mais natural é que os colaboradores espelhem os pontos fortes e fracos do seu líder, replicando-os diariamente.
Portanto, o líder tem o papel de ser o exemplo a ser seguido. Não adianta falar uma coisa para sua equipe e fazer outra totalmente diferente, isso não vai funcionar. É necessário, de igual modo, se desenvolver como um gestor eficaz e abraçar os atributos que foram citados.
Enfim, agora você está por dentro do assunto. Note que uma equipe altamente eficaz depende, em primeiro lugar, de um líder eficaz. Além disso, precisa de canais que melhorem a comunicação, de objetivos que expliquem exatamente o que precisa ser feito, bem como de estímulos para o trabalho harmonioso e construção de relações interpessoais positivas.
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