Gerenciar o time de trabalho é fundamental. Uma boa liderança soma alinhamento e motivação, garantindo que o time e a organização obtenham grandes resultados. No entanto, é preciso ter cuidado com o microgerenciamento.
O microgerenciamento ocorre quanto há um controle excessivo do líder sobre seu subordinado, deixando pouco espaço para que o profissional trabalhe por contra própria. Existem muitas cobranças, ordens e intervenções.
Para ficar mais claro, imagine um supervisor que está sempre em cima da equipe — dizendo o que fazer, quando e como, seja por falta de confiança, seja por força do hábito. Esse excesso pode desmotivar e levar a péssimos resultados.
Nos tópicos seguintes, explicamos as razões pelas quais o microgerenciamento afeta negativamente o negócio e os times de trabalho, mitigando os resultados. Por esse motivo, continue a leitura com atenção!
Aumenta a insatisfação dos empregados
De imediato, o microgerenciamento pode levar a um maior grau de insatisfação. Ninguém gosta de ser cobrado continuamente, nos detalhes, pois isso demonstra falta de confiança. Portanto, é preciso ter cuidado.
Infelizmente, o nível de satisfação dos empregados já não é elevado. Estima-se que boa parte dos profissionais não esteja satisfeito no trabalho. Gerenciar em excesso pode agravar a situação, ocasionando efeitos colaterais.
Essa mesma desmotivação impacta o expediente de trabalho, por exemplo, piorando o atendimento aos clientes. Sabe-se que 86% dos clientes migram para a concorrência porque foram mal atendidos (sim, há uma conexão).
Reduz o nível de criatividade e inovação
Apesar de serem tratados como sinônimos, criatividade e inovação são coisas diferentes. A primeira palavra refere-se ao campo das ideias, como pensar diferente. A inovação é algo mais sólido, como uma ideia que saiu do papel.
É muito difícil que o profissional microgerenciado seja criativo ou inovador. Na verdade, o próprio líder passa a mensagem de que só quer seus músculos, deixando sua mente e seu coração em segundo plano.
Ai está um grande problema! Profissionais que pensam “fora da caixa” são mais propensos a solucionar entraves e a otimizar a performance da empresa. Ao travá-los, você também está mitigando o fluxo de criatividade e inovação.
Mitiga a produtividade do gestor
Boa parte dos gestores tem um expediente muito ocupado. Eles precisam participar de reuniões, traçar estratégias e apagar “incêndios” inesperados. Por isso, necessitam de um bom volume de recursos, como tempo e energia.
Ao microgerenciarem, os gestores deixam de focar seus recursos em suas obrigações e passam a empregá-los nas tarefas dos subordinados. Sendo assim, perdem o que é estratégico de vista e passam a se ocupar com as operações.
Essa falta de foco reduz o nível de produtividade, fazendo com que o gestor entregue cada vez menos. Isso impacta negativamente as rotinas de trabalho, a equipe e, por consequência, a empresa. Logo, a improdutividade cresce.
Aumenta o índice de rotatividade
Também chamado de turnover, o índice de rotatividade refere-se ao percentual de talentos que deixam a empresa em determinado período. São profissionais que se desligam ou são demitidos, gerando escassez de mão de obra.
Em ambientes desagradáveis, por exemplo, nos quais há práticas de microgerenciamento, o total de funcionários que opta por sair da empresa é maior. Eles não gostam do ambiente — muito menos do seu líder — e preferem sair.
Há um jargão que diz “o funcionário pede demissão do chefe, não do emprego”. Nesse caso, ele parece ter aplicação prática. Além do mais, com o turnover, há custos demissionais e atritos que prejudicam a marca empregadora.
Contribui para criar um clima tóxico
O clima de trabalho é um importante elemento. Em resumo, representa a atmosfera do local de trabalho, que pode ser agradável e estimulante. Todavia, por vezes, empresas nutrem um clima excessivamente tóxico e indesejado.
Sem dúvidas, o microgerenciamento aumenta as chances de conflitos internos (em especial, entre líder e liderados) e gera um clima tóxico. Por sua vez, esse clima afeta a qualidade de vida e eleva o nível de estresse no trabalho.
Veja que, nesse caso, o microgerenciamento pode dar início a um ciclo vicioso e extremamente prejudicial à firma. No final, os maiores prejudicados serão os colaboradores, que verão seu bem-estar sendo eliminado.
Piora o relacionamento com a equipe
O bom relacionamento com a equipe de trabalho é a base para que se alcance objetivos e metas desafiadoras. Se líder e liderados não estão bem sintonizados, é sinal de que algo não vai bem e a produtividade é afetada.
Nesse caso, mais uma vez, o microgerenciamento torna-se um problema. O gestor sobrecarrega sua equipe e não oferece espaço para trabalhar adequadamente. Isso resulta em descontentamento e conflitos interpessoais.
Ademais, faz com que o relacionamento com a equipe seja cada vez mais distante e mecânico, reduzindo o nível de lealdade dos colaboradores e o senso de pertencimento ao time. Assim, a noção de time se perde com o tempo.
Reduz a competitividade da organização
Todos esses problemas apontam em uma única direção: a redução da competitividade empresarial. Controlar em excesso os profissionais geralmente tem efeito oposto ao desejado, pois inibe os talentos e desgasta as relações.
Em um mercado tão dinâmico e competitivo, que exige respostas rápidas e acertadas, as decisões e estratégias não podem girar em torno do chefe. O trabalho deve ser descentralizado e os empregados devem atuar com autonomia.
Sendo assim, como um efeito de segunda ordem, o microgerenciamento reduz a competitividade da organização e faz com que todos — dos diversos níveis e áreas do negócio — sejam, de alguma forma, prejudicados.
Como você pôde observar, o excesso de controle afeta negativamente o negócio das mais diversas formas. Reduz a produtividade do gestor e inibe a criatividade do time e a competitividade organizacional, para citar exemplos.
Por essa razão, esse problema deve ser atacado frontalmente. Os líderes precisam vigiar-se continuamente e obter feedbacks dos seus liderados (a fim de verificarem se estão controlando demais, por exemplo). A alta administração, por sua vez, precisa criar mecanismos para evitar que o superior imediato acumule muito poder e acabe por inibir seus subordinados.
E aí, gostou do nosso artigo sobre o microgerenciamento? Aproveite para continuar aprendendo conosco e descobrir os diferentes tipos de liderança. Vamos lá!
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