A função de liderança pode ser bastante desafiadora. Afinal, além de o seu exercício demandar empenho, técnica e muita disciplina, por mais dedicado que o profissional seja, é possível que ocorram conflitos e desconfortos por parte dos liderados, por exemplo, em razão de uma gestão altamente detalhista ou rígida.
Esse cenário comum é o que tem levado muitas organizações à adoção do GPD — gerenciamento pelas diretrizes. Resumidamente, esse método propõe a elaboração e a implantação de um sistema de gestão que é capaz de servir de norte para as mudanças estruturais da empresa, tão fundamentais para o alcance dos resultados estratégicos.
Quer entender o conceito mais a fundo, compreender como surgiu e, entre outros aspectos, descobrir como desdobrar as diretrizes em metas e ações? Continue a leitura!
O que se pode entender por gerenciamento pelas diretrizes e como surgiu?
O gerenciamento pelas diretrizes — conhecido também por “desdobramento de objetivos” — começou a surgir no Brasil de maneira tímida nos últimos 20 anos, sendo difundido amplamente por consultores altamente renomados da área de gestão. A sua base é originada na técnica japonesa Hoshin Kanri e o propósito é atingir a qualidade total em todas as áreas organizacionais.
Nesse sentido, o seu foco é voltado ao gerenciamento de mudanças, com a finalidade de implantação de medidas de liderança e de melhoria contínua, de maneira a tornar viáveis o estabelecimento, o acompanhamento e o alcance das metas e dos objetivos corporativos. Diante disso, a metodologia pode ser compreendida como o desdobramento das diretrizes em metas alcançáveis pelo quadro de pessoal de uma companhia, direcionando todo o pessoal a uma única direção.
Como o GPD funciona na prática?
Para possibilitar o gerenciamento voltado à concretização das diretrizes por meio de medidas necessárias a essa finalidade, o desdobramento dos objetivos maiores em metas menores é essencial. Assim, cada líder assumirá a responsabilidade por um conjunto de medidas e pequenas metas, elevando as suas chances de cumprimento.
Além disso, o gerenciamento pelas diretrizes envolve a utilização de algumas ferramentas específicas, como:
- os indicadores de desempenho;
- a análise SWOT;
- o PDCA;
- os planos baseados no sistema 5W2H.
Quais são as suas principais vantagens?
Utilizar o gerenciamento pelas diretrizes pode propiciar uma verdadeira revolução em termos de resultados corporativos. Nesse sentido, algumas das principais vantagens que podem ser observadas com a implementação da metodologia são:
- um comprometimento maior por parte dos diversos níveis empresariais no que diz respeito as estratégias de curto e médio prazo;
- o direcionamento do foco para o que é entendido como prioridade, buscando a diminuição dos gargalos que dificultam o atingimento das metas;
- a potencialização do alcance das metas estratégicas;
- o direcionamento do foco para Qualidade Total e Melhora Contínua na busca por resultados;
- uma objetividade maior no trabalho, já que cada processo é desenvolvido com clareza, tornando viável a percepção do que favorece a empresa.
Por que é importante adotar o gerenciamento pelas diretrizes e como fazê-lo?
Como dito, o gerenciamento pelas diretrizes impulsiona cada um dos colaboradores ao cumprimentos dos objetivos e das metas conforme o que foi previamente traçado. No entanto, para que isso seja possível, faz-se necessária a observância de três pilares básicos:
- a crença de que os resultados corporativos são provenientes da dedicação e do esforço de todos os profissionais envolvidos no processo;
- a constante presença da inovação, que precisa ser frequentemente incentivada e fazer parte das rotinas internas;
- a efetiva ocorrência das mudanças implementadas pelo GPD.
Na prática, diante dos pilares elencados, torna-se viável maximizar a busca pelo alcance de objetivos e metas menores, com uma aproximação maior em relação às diretrizes finais e com grande eficiência. Nesse sentido, é interessante pontuar que outro elemento marcante do GPD é a estabilidade, que é conquistada por conta da atuação sistemática e bem estrutura, que evita a repetição de erros.
Para a implementação da metodologia em uma empresa, algumas iniciativas — listadas a seguir — podem ser de grande valia. Confira!
Defina as diretrizes
Vimos que o GPD consiste, basicamente, no estabelecimento de planos que tenham prazos previamente definidos. Assim, para cada um, é fundamental definir as diretrizes necessárias para que as etapas sejam cumpridas dentro do intervalo de tempo estipulado inicialmente, respeitando o cronograma.
Isso é importante também porque auxilia na manutenção da disciplina orçamentária, otimizando os recursos destinados ao cumprimento de cada plano. Nesse caso, o cenário mercadológico atual e a realidade interna da organização sempre são levados em consideração.
Coloque em prática os conceitos top-down e bottom-up
Com as diretrizes gerais estabelecidas, chegamos ao momento de definir qual será a função dos profissionais em cada um dos setores empresariais e como a sequência dos planos se desenvolverá. Uma boa medida a ser colocada em prática é a aplicação dos conceitos top-down e bottom-up, garantindo que os colaboradores saibam o que fazer e a quem devem se reportar.
No top-down, há prevalência da gestão verticalizada, ou seja, as orientações vêm de cima para baixo. Já no bottom-up, existe uma “democratização” do top-down. Assim, ainda que as orientações venham de cima, os profissionais envolvidos — incluindo os subordinados — têm mais liberdade e autonomia para dar sugestões.
Gerencie os planos no nível operacional
Após os dois passos anteriores, é chegada a hora de implementação dos planos no nível operacional. Nesse caso, um elemento importante a ser ressaltado é a distinção entre a microgestão improdutiva e o gerenciamento das atividades operacionais. O que realmente é fundamental é garantir que as tarefas serão conduzidas de acordo com as diretrizes gerais, sempre respeitando os limites relativos aos recursos e ao tempo disponíveis.
Como se pôde ver, o gerenciamento pelas diretrizes pode se relevar uma ferramenta de grande valia para a melhora da performance corporativa em todos os sentidos, já que o GPD tem o potencial de nortear todas as ações conduzidas por um negócio. Assim, os profissionais envolvidos não somente saberão o que devem fazer, mas também por qual razão o fazem, o que resulta na adoção de práticas cada vez mais bem direcionadas.
Este artigo foi útil? Então, aproveite para ir mais fundo e descubra também as 6 práticas críticas na liderança de equipes que podem impactar positivamente todos os indicadores da sua empresa!
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