A mentalidade de sinergia provoca um curto circuito nos conflitos no ambiente de trabalho, e as faíscas de genialidade podem ser fascinantes. Mas não se produz sinergia com facilidade, e as forças que trabalham contra ela são enormes. O mais difícil obstáculo para a sinergia é o orgulho. É o grande isolante que impede a mistura criativa de energias humanas. Há toda uma série de comportamentos orgulhosos, da familiar “síndrome do NIA” (“Se não for inventado aqui, não deve valer nada”) até o excesso de confiança que leva à queda de pessoas, organizações e nações.
Os antigos prazos ensinaram que o excesso de confiança, ou a arrogância extrema, era a pior dos crimes. Naqueles dias, um soldado que se gabava de sua própria força e humilhava seus inimigos era considerado culpado por excesso de confiança. O mesmo ocorreria com um rei que abusasse de seus súditos para ganho pessoal. Os gregos acreditavam que o excesso de confiança, segundo diziam, sempre levava a inevitável tragédia – e eles estavam certos. Hoje, vemos o colapso de algumas de nossas instituições mais confiáveis, ocasionado pela arrogância no mais alto nível. Na crise financeira de 2008, muitos líderes importantes foram considerados culpados de tudo, desde uma super confiança cega à fraude absoluta.
O principal sintoma do excesso de confiança é a falta de conflito. Se ninguém se atreve a desafiá-lo, se você recebe pouca contribuição dos outros, se você se percebe falando mais do que ouvindo, se está ocupado demais para lidar com aqueles que discordam, então você está à beira da decadência. Um exemplo é o ex-diretor do Royal Bank da Escócia. Segundo relator, esse homem “não admitia críticas […] A cada manhã, seu círculo imediato de colaboradores participava de uma reunião na qual, em certas ocasiões, os executivos poderiam ser seriamente repreendidos”. Ele se referia às suas hostis aquisições como “assassinatos por misericórdia”. O jornal Times de Londres, classificou sua liderança de “arrogante”. Assim, ele se isolava da verdade acerca da iminente crise bancária, pela qual suas relações comerciais agressivamente arriscadas foram consideradas parcialmente responsáveis. Em 2007, seu banco valia £ 75 bilhões; em 2009, valia £ 4,4 bilhões, e havia sofrido “o maior prejuízo da história do setor bancário britânico”.
Observando outro exemplo, é provável que a mentalidade antissinérgica da Enron tenha quebrado a empresa. Observadores veem nessa empresa o clássico modelo de uma cultura arrogante: “Essa foi uma companhia que se desfez propositalmente de pontos de vista alternativos e conflitantes da realidade para proteger o status quo. Em nome da preservação do sucesso e da obstinada busca pela grandeza, uma cultura inflexível e intolerante se desenvolveu, na qual novas ideias foram ignoradas, preocupações foram desconsideradas e o raciocínio crítico se transformou em justificativa para demitir pessoas. ”
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