Em nossa economia global, a transparência é cada vez mais reconhecida como valor crítico nas organizações de alta confiabilidade. De acordo com a PricewaterhouseCoopers, o “espirito de transparência” é o primeiro segredo para se restaurar a confiança pública.
E, normalmente, a transparência estabelecerá rapidamente a confiança. Por exemplo, quando recentemente certa instituição beneficente teve problemas, adotou o caminho mais rápido para restaurar a confiabilidade, que consistiu simplesmente em mostrar às pessoas onde seus fundos eram aplicados. Em situações em que exista conflito de interesses, o melhor jeito de preveni-lo é simplesmente ser aberto sobre a própria questão e abordá-la dentro do espirito de divulgação completa. Empresas transparentes expõem constantemente, e antes de crises, seus relacionamentos, interesses e conflitos, de modo que tudo sempre seja aberto e para que ninguém possa questionar as intenções.
Em particular, quando a confiança é baixa, as pessoas não confiam no que podem ver. Abrindo-lhes, você garante que nada há para se esconder.
Um bom exemplo de transparência é a maneira como a Toyota opera com seus fornecedores. Em uma indústria onde a maioria dos fabricantes de carros concentra-se em obter o preço mais baixo e mostra aos fornecedores o que devem fazer, a Toyota adota uma abordagem bem diferente. A empresa concentra-se em construir relacionamentos de longo prazo com e entre seus fornecedores, os quais, por sua vez, colaboram com a Toyota e entre si. Embora o conhecimento do produto seja tratado com confidencialidade, espera-se que o conhecimento dos processos seja compartilhado dentro de sua cadeia de valor. A abordagem da Toyota não poderia funcionar sem a abundante transparência de todos os participantes, e é essa transparência que está no cerne dos relacionamentos de todos os fornecedores da Toyota.
Do ponto de vista da velocidade e do custo, a transparência faz todo o sentido. Você não tem que se preocupar com segundas intenções. Você não tem que ficar fazendo suposições. Você não tem que desperdiçar tempo e energia tentando manter uma fachada nem contabilizando o que disse a quem.
Muitas empresas criam transparência com seus próprios funcionários ao adotar a Política de Livros Abertos (Open Book Management) – abrindo seus demonstrativos financeiros para a empresa inteira ver.
Criar transparência leva ao buy-in. Por exemplo, em uma família, ser transparente com as crianças sobre assuntos financeiros e convidá-las a participar em decisões sobre gastos não apenas facilita o entendimento de por que às vezes você tem que dizer “não”, como também ajuda a sensibilizá-las sobre a inconveniência de pedir certas coisas, fazendo com que você não tenha que desperdiçar tempo e energia emocional em lidar com as exigências. Como vantagem adicional, essa transparência oferece para as crianças entendimento sobre a economia doméstica, ajudando-as, à medida que amadurecem, a se tornarem mais responsáveis por suas próprias decisões de gastos.
Negociar com transparência não significa ter que colocar sempre todas as cartas na mesa. Contudo, significa sim que você deve ser transparente na divulgação das informações pertinentes e com aquilo que tenta realizar.
Fonte: Livro A Velocidade da Confiança | O Poder da Confiança
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