Como o feedback negativo pode comprometer a liderança e a capacidade de quem o recebe.
Nos privamos do poder quando nos convencemos de que não temos preparo, talento ou conhecimento para fazer alguma coisa. Às vezes esquecemos que quando éramos crianças desenhávamos, cantávamos, dançávamos e brincávamos sem que ninguém nos ensinasse e sem inibições. Até que alguém, em algum momento de nossa trajetória, nos deu um feedback, muitas vezes com boa intenção, algumas vezes com má, e isso nos fez duvidar de nós mesmos e da nossa capacidade.
A dúvida é a causa mais frequente da impotência. Duvidar é não ter fé, não ter esperança, não acreditar. Quando duvidamos, nossa voz interior diz mais ou menos o seguinte: “Não credito que eu seja capaz. Acho que não vou conseguir”.
Fazer promessas ou assumir compromissos implicaria fracasso porque acreditamos que nada vai adiantar, ou que não seremos capazes de honrá-los. Duvidar é acreditar no pior resultado possível. É acreditar na perversidade do universo e que, mesmo que eu me saia bem, algo fora do meu controle irá surgir, me sabotar, ou acabar me pegando. Não ter fé equivale a não cumprir um dever ou uma obrigação, não ser digno de confiança, não ser confiável, porque um fator externo está intervindo. Desculpamo-nos porque não nos achamos capazes de cumprir um compromisso assumido com algo ou alguém. É ser indeciso, vacilante, instável ou cético, desacreditar, considerar improvável. Esse é o estado emocional da dúvida. Ele toma conta de tudo. E, frequentemente, tem consequências muito além de determinado incidente ou experiência, mas pode ter começado com um único incidente.
Quando permitimos que um único incidente de natureza emocional afete permanentemente nosso comportamento, adotamos um comportamento que os psicólogos chamam de condicionamento de fuga.
Às vezes baseamos nossos sentimentos e nosso comportamento numa única experiência traumática. Algo desagradável acontece uma única vez e, determinados a não permitir que aquilo aconteça de novo, fazemos o impossível para evitar o problema e a possível dor. Continuamos fugindo em vez de enfrentar uma situação potencialmente dolorosa. Quando reagimos em função do medo, não temos como saber se existiria a possibilidade de um resultado diferente.
Nossas dúvidas, comprovadas pela má interpretação nas experiências posteriores, acabam nos traindo. Como disse Shakespeare: “Nossas vacilações são traidoras e fazem com que percamos o bem que poderíamos conquistar temendo fazer a tentativa. ”
Se você ficou traumatizado por uma experiência dolorosa na vida, dar um salto no escuro é o único modo de superar a impotência criada. Com muita coragem e um pouco de esperança, você é capaz de coisas que nunca imaginou possíveis.
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